sábado, 13 de outubro de 2007

BRASIL E CHINA FATORES DE COMPETITIVIDADE
Deu na Revista EXAME (edição 815). Estudo comparativo do consultor Michel Porter e do Fórum EconômicoMundial, com base em mais de 4.000 empresas internacionais, faz análise comparativa dos principais fatoresque determinam a competitividade de Brasil e China.A comparação faz sentido, pois a moda é comparar os avanços econômicos dos dois países, destacando aextraordinária performance da China, que já é o sexto PIB do planeta, com projeção de ser o terceiro até2010. Os números são impressionantes, mas comparar o crescimento da economia dos dois paísesdesprezando as diferenças culturais, sociais e políticas de Brasil e China pode ser equivocado.Dos vinte fatores analisados (fatores que estimulam o investimento privado), o Brasil tem 11 e a China 13,pois há fatores comuns aos dois países, assim como há fatores presentes só em um deles.China e Brasil teriam os seguintes fatores comuns: Infra-estrutura geral; Infra-estruturas de estradas; infraestruturade portos e infra-estrutura de telecomunicações. Salvo este último fator, todos os demais estão norol das reclamações dos investidores internos brasileiros, o que significaria dizer que ambos os países estãomal de infra-estrutura (geral, estradas e portos), mas não autoriza dizer que esses fatores são irrelevantespara o investimento. O que se pode entender da pesquisa, no limite, é que para os 4.000 entrevistados essaquestão não afetaria negativamente o fluxo de investimento para o Brasil.Dentre os fatores isolados, alguns comentários são interessantes, por exemplo: segundo a pesquisa a Chinatem maior potencial de crescimento, um sistema tributário melhor, mão-de-obra barata, escolaridade média dapopulação melhor, maior potencial de consumo no mercado interno, uma economia mais internacionalizada eestabilidade política. Alguns itens fazem realmente diferença, como maior potencial econômico, sistematributário, internacionalização da economia, melhor mercado de consumo, maior número de engenheiros ecientistas. Mas mão-de-obra barata e estabilidade política são dois itens só possíveis na China e nascondições na cultura local. Enquanto no Brasil a legislação trabalhista resulta em custo extremamenteelevado para a mão-de-obra (este é um fator de desestímulo ao investimento privado), na China, a ausência alegislação atua em sentido inverso e faz da mão-de-obra quase um trabalho escravo. As duas situaçõesdevem ser condenadas, mas investir onde o custo da mão-de-obra é baixíssimo é mais atraente para ocapitalismo (na sua pior versão).

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